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Brincos de argola: como e quando usar

Não é de hoje que os brincos de argola fazem parte dos acessórios queridinhos na joalheria.

Imagem: Pinterest

Ao longo da história, em diversos povos ao redor do mundo, os brincos de argola foram utilizados como adorno; tanto feminino quanto masculino.

BRINCOS DE ARGOLA: HISTÓRIA DA JOALHERIA

Os artistas e ilustradores August Racinet e Friedrich Hottenroth dedicaram boa parte de seu trabalho a retratar e ilustrar indumentárias através de pesquisas históricas.

Suas inspirações para as ilustrações eram basicamente em fontes primárias, como objetos arqueológicos ou em pesquisas de campo in loco.

Como resultado de uma grande pesquisa e coleta de dados das principais obras desses dois artistas, em 2.008 a editora inglesa Thames & Hudson Ltda. lançou o livro História Ilustrada do Vestuário, lançado no Brasil pela editora Publifolha em 2.009.

Analisando as imagens do livro, pude identificar o uso de brincos de argola em diversas culturas, mesmo nas mais afastadas entre si, seja pelo espaço, pelo tempo ou pelas tradições culturais.

O que me levou a concluir que essa joia seja, talvez, um dos modelos mais antigos já utilizados.

JOIAS ASSÍRIAS E FENÍCIAS

No livro, os registros mais antigos de brincos de argola são do período 800 a.C.

Relevos em pedras esculpidas encontrados nas ruínas de Nínive, em Nimrud, onde hoje é o Iraque, revelam ricos detalhes das vestimentas, principalmente as masculinas.

Nesses artefatos históricos os brincos de argola são quase uma unanimidade.


Pedras fenícias esculpidas / Henry Layard, 1849

Nas ilustrações fenícias, os brincos de argola possuem tamanho médio e são arrematados por grandes pingentes, em sua maioria em formas alongadas.

Muito provavelmente, a forma alongada dos pingentes se dê por serem compostos por pedras preciosas.

DICA DE MODA: Ainda hoje é possível usar esse modelo de joia para compor produções despojadas e modernas.

Imagens: Pinterest

Uma opção é dar uma nova utilidade aos pingentes e usá-los também nos brincos, em par ou em uma orelha diferente da outra, como preferir.

EUROPA CENTRAL, SÉC XVI E XVII

O Banat é uma região geográfica da Europa Central que hoje está localizada em três diferentes países: Romênia, Sérvia e Hungria.

Mapa da região de Banat

A história do vestuário da Europa Central é longa e sofreu influência de diversos povos. Desde os Balcãs, no período paleolítico, até os poderosos impérios Otomano e de Habsburgo.

Por isso, as roupas tradicionais dessa região são conhecidas até hoje por seus ricos bordados, extremamente elaborados e coloridos.

Garota romena em trajes típicos / Imagem: Covinnus

Já a Romênia, por causa dos saxões que ali viviam, ficou famosa pelo uso intensivo de couro, veludo, renda e ornamentos de metal.

Metal este, que era usado ostensivamente pelos nobres em joias, botões, broches e enfeites de chapéu, geralmente de prata e cravejado com pedras preciosas.

Aqui nessa ilustração, provavelmente do séc XVI ou XVII, podemos notar o uso dos brincos de argola mais estreitos na parte superior e mais largos na parte inferior.

Tradicionalmente as joias romenas são confeccionadas com a técnica e filigrana, que são fios e desenho extremamente delicados que formam a joia. Essa é uma técnica milenar, artesanal e muito utilizada até hoje em países europeus.

Produção de peça em filigrana de prata / Imagem: Pinterest

Um exemplo de países que, além dos países da Europa central, também utilizam tradicionalmente a técnica de filigrana em sua joalheria são Espanha e Portugal.

Argolas de ouro confeccionadas com essa técnica são deslumbrantes!

Um acabamento extremamente feminino e luxuoso, por causa de seus ricos e delicados detalhes. 

DICA DE MODA: Abuse desse modelo de joia para produções mais informais. Ele vai muito bem com peças de vestuário românticas e artesanais, tais como laise, renda, bordados e poás.

São o toque boho chic que levanta qualquer produção!

Imagens: Pinterest

ÁFRICA, SÉC XVI E XVII

A joalheria africana talvez seja a mais fixada na mente dos brasileiros quanto ao uso de brincos de argola.

Apesar de já termos lido que essa joia foi amplamente usada ao redor do mundo em momentos e culturas anteriores, no imaginário coletivo esse acessório ainda parece ser genuinamente africano.

Esquerda: Brinco fulani / Direita: Alargador de material orgânico

Esse é o segundo "erro" de história da moda mais comum quanto à indumentária africana.

O primeiro certamente é a afirmação de que o turbante seja originalmente africano, mas isso é só um parênteses, vamos voltar ao assunto principal desse artigo.

GABÃO

Nas ilustrações dessa região podemos ver diversos modelos de joias e adereços de metal, tanto femininos quanto masculinos.

Como imaginado, as argolas não ficariam de fora.

NAMÍBIA

A tribo Khoikhoi vive da criação de gado às margens do deserto de Kalahari.

O gado é uma grande fonte de couro para as roupas.

Já as contas e insumos joalheiros eram importados, o que conferia grande status às roupas, como podemos ver na indumentária da mulher Khoikhoi ilustrada acima.

Ela também não abriu mão de vistosos brinco de argola.

LAOS E TAILÂNDIA, SÉC XIX

Caminhando um pouco mais adiante na história, encontramos os brincos de argola em quase todos os povos tribais.

Nessa ilustração de uma mulher do norte de Laos, da região de Muang Payap, podemos ver o típico traje preso por amarrações e técnicas de nó, cintos e outros acessórios. E nitidamente, veja os brincos de argola aí novamente.

DICA DE MODA: Brincos de argola com mais de 2,5cm de diâmetro compõem muito bem produções mais sensuais e despojadas.

É muito comum vermos o uso dessa joia em países tropicais e em regiões mais quentes.

Argola de ouro branco e diamantes / Carla Destri Joias

Para eventos noturnos, aposte nos modelos cravejados com pedras preciosas. Já para o dia a dia os modelos lisos e dourados vão muito bem!

ÍNDIA, SÉC XIX

No mesmo período do estudado acima, porém agora na Índia, os trajes ainda seguiam longas e antigas tradições sendo ricamente adornados por cores vibrantes, brocados e muitos bordados.

As joias indianas não são diferentes: Seguem o mesmo estilo luxuoso, ricamente decorado e com todo o seu processo de produção artesanal.

Na ilustração abaixo podemos ver que a mulher à esquerda usa um brinco de argola com uma tradicional abóboda, ornamentada por pedras preciosas penduradas à ela.

Já os homens usam grandes argolas de ouro adornadas por uma pedra que é transpassada pela joia.

Assim como aparece na ilustração, um dos itens da joalheria indiana mais tradicionais e marcantes são as grandes argolas de ouro usadas pelas mulheres no nariz.

Até hoje essa joia de nariz é um item quase obrigatório para as noivas mais tradicionais.

Imagem: Meenakshi Dutt

A joalheria indiana é referência mundial por sua beleza, riqueza em detalhes e criatividade.

Baseados nesses itens de beleza ímpar, podemos buscar inspiração e adaptar ao nosso cotidiano urbano e mais discreto, sem perder o essencial da moda da Índia: o charme.

Imagens: Pinterest

Fonte: História ilustrada do vestuário, 2009, Publifolha

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